segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Os sete corvos

Os sete corvosUm homem tinha sete filhos e nunca tinha uma filha, por maisque desejasse. Até que, finalmente, sua mulher lhe deu esperanças de novo e, quando a criança veio ao mundo, era uma menina. A alegria foi enorme, mas a criança era franzina e miúda e, por causa dessa fraqueza, foi preciso que lhe dessem logo os sacramentos. O pai mandou um dos filhos ir correndo até a fonte, buscar água para o batismo. Os outros seis foram atrás do irmão e, como cada um queria ser o primeiro a puxar a água para cima, acabaram deixando o balde cair no fundo do poço. Aí eles ficaram assustados, sem saber o que deviam fazer, e nenhum dos sete tinha coragem de voltar para casa. Foram ficando por lá, sem sair do lugar.

Como estavam demorando muito, o pai foi ficando cada vez mais impaciente e disse: - Na certa ficaram brincando e se esqueceram de voltar, aqueles moleques levados...

Começou a ficar com medo de que a menininha morresse sem ser batizada e, com raiva, gritou:

- Tomara que eles todos virem corvos!

Mal o pai acabou de dizer essas palavras, ouviu um barulho de asas batendo no ar, por cima da cabeça. Levantou os olhos e viu sete corvos negros como carvão. voando de um lado para outro.

Os pais ficaram tristíssimos, mas não conseguiram fazer nada para quebrar o encanto.

Felizmente, puderam se consolar um pouco com sua filhinha querida, que logo recuperou as forças e cada dia ia ficando mais bonita. Durante muito tempo, ela ficou sem saber que tinha tido irmãos, porque os pais tinham o maior cuidado de nunca falar nisso. Mas um dia, ela ouviu por acaso umas pessoas comentando que era uma pena que uma menina assim tão bonita como ela fosse a responsável pela infelicidade dos irmãos.

A menina ficou muito aflita e foi logo perguntar aos pais se era verdade que ela já tinha tido irmãos, e o que tinha acontecido com eles. Os pais não puderam continuar guardando segredo. Mas explicaram que o que aconteceu tinha sido um desígnio do céu, e que o nascimento dela não tinha culpa de nada. Só que a menina começou a ter remorsos todos os dias e resolveu que precisava dar um jeito de livrar os irmãos do encanto. Não sossegou enquanto não saiu escondida, tentando encontrar algum sinal deles em algum lugar, custasse o que custasse. Não levou quase nada: só um anelzinho como lembrança dos pais, uma garrafinha d'água para matar a sede e uma cadeirinha para descansar.

Andou, andou, andou, cada vez para mais longe, até o fim do mundo. Aí, ela chegou junto do sol. Mas ele era quente demais e muito terrível, porque comia os próprios filhos. Ela saiu correndo, fugindo, para bem longe, até que chegou junto da lua. Mas a lua era fria demais e muito malvada e cruel. Assim que viu a menina, disse:
- Huuummm sinto cheiro de carne humana...

A menina saiu correndo bem depressa, fugindo para bem longe, até que chegou junto das estrelas.

As estrelas foram muito amáveis e boazinhas com ela, cada uma sentada em umacadeirinha separada. Então, a estrela da manhã se levantou, deu um ossinho de galinha à menina e disse:

- Sem este ossinho, você não vai conseguir abrir a montanha de vidro. E é na montanha de vidro que estão os seus irmãos.

A menina pegou no ossinho, embrulhou-o com todo cuidado num lenço e continuou seu caminho, até que chegou à montanha de vidro. A porta estava bem fechada, trancada com chave, e ela resolveu pegar o ossinho de galinha que estava guardado no lenço. Mas quando desembrulhou, viu que não tinha nada dentro do pano e que ela tinha perdido o presente que as boas estrelas tinham dado. Ficou sem saber o que fazer. Queria muito salvar os irmãos, mas não tinha mais a chave da montanha de vidro. Então, a boa irmãzinha pegou uma faca, cortou um dedo mindinho, enfiou na fechadura e deu um jeito de abrir a porta. Assim que entrou, um gnomo veio ao seu encontro e lhe perguntou:

- Minha filha, o que é que você está procurando?

- Procuro meus irmãos, os sete corvos - respondeu ela. O gnomo então disse:

- Os senhores Corvos não estão em casa, mas se quiser esperar até que eles cheguem, entre e fique à vontade.

Lá em cima, o gnomo pôs a mesa para o jantar dos corvos, com sete pratinhos e sete copinhos. A irmã então comeu um pouco da comida de cada prato e bebeu um gole de cada copo. Mas no último, deixou cair o anelzinho que tinha trazido.

De repente, ouviu-se nos ares um barulho de gritos e batidas de asas. Então o gnomo disse:

- São os senhores Corvos que estão chegando.

Eram eles mesmos, com fome e com sede. Foram logo em direção aos pratos e copos. E, um por um, foram gritando:

- Quem comeu no meu prato? Quem bebeu no meu copo? Foi boca de gente, foi boca de gente...

Mas quando o sétimo corvo acabou de esvaziar seu copo, o anel caiu lá de dentro. Ele olhou bem e reconheceu que era um anel do pai e da mãe deles, e disse:

- Quem dera que fosse a nossa irmãzinha, porque aí a gente ficava livre.

Quando a menina, que estava escondida atrás da porta, ouviu esse desejo, apareceu de repente e todos os corvos viraram gente outra vez. Começaram todos a se abraçar e se beijar e a se fazer mil carinhos e depois voltaram para casa muito felizes.


* * * FIM * * *

O ganso de ouro

O ganso de ouroEra uma vez um homem que tinha três filhos. Todo mundochamava o mais moço de

João Bobo, e ria e zombava dele o tempo todo. Um dia, o mais velho resolveu ir à floresta cortar lenha. Antes de sair, a mãe deu a ele um bolo gostoso e uma garrafa de vinho, para matar a fome e a sede. Quando estava no meio do mato, ele encontrou um homenzinho cinzento, que deu bom-dia e disse:
- Estou com tanta fome, e com tanta sede Por favor, me dê um pedaço desse bolo

que você tem no bolso e um pouco do seu vinho.

O filho esperto respondeu:

- Se eu lhe der meu bolo e meu vinho, não vai sobrar nada para mim. Me deixe em paz.

E deixou o homenzinho parado ali.

Em seguida, começou a cortar uma árvore, mas num instante errou o alvo, acertou o braço com uma machadada e teve que ir para casa fazer curativo. Tudo por artes do homenzinho cinzento.

Depois, o segundo filho também foi para a floresta fazer lenha, e a mãe também lhe deu bolo e vinho, igualzinho a como tinha sido com o mais velho. E ele também encontrou o homenzinho cinzento, que pediu um pedaço de bolo e um pouco de vinho. Mas o segundo filho também quis ser esperto e respondeu:

- Se eu der para você, não sobra para mim. Me deixe em paz. E deixou o homenzinho ali parado.

Não precisou esperar muito pelo castigo. Logo nas primeiras machadadas que deu numa árvore, cortou-se na perna e teve que ser carregado para casa.

Aí João Bobo pediu: - Papai, deixe eu ir fazer lenha... O pai respondeu:

lá Afinal, você não entende nada de cortar lenha.

- Seus irmãos bem que tentaram e não conseguiram. É melhor você deixar isso pra

Mas João Bobo pediu e implorou até que o pai acabou dizendo: - Muito bem, vá em frente. Se você se machucar, talvez aprenda a lição.

A mãe deu a ele um bolo feito de água e cinzas, e uma garrafa de cerveja choca. Quando ele chegou à floresta, também encontrou o homenzinho cinzento que lhe disse:
- Estou com tanta fome, e com tanta sede Por favor, me dê um pedaço de bolo e um pouco de vinho.

João Bobo respondeu: - Eu só tenho bolo de cinzas e uma cerveja choca. Se você não se incomodar, sente aqui comigo e coma e beba à vontade.

Eles se sentaram, mas quando João Bobo pegou o bolo de cinzas, viu que ele tinha virado um bolo finíssimo e muito gostoso, e que a cerveja choca agora era um vinho delicioso. Comeram e beberam e, quando acabaram, o homenzinho disse:

- Como você tem bom coração e divide alegremente com os outros o que tem, vou lhe dar sorte. Está vendo aquela árvore velha lá adiante? Se você a derrubar, vai encontrar uma coisa no meio das raizes.

E foi embora.

João Bobo derrubou a árvore. Quando ela caiu, havia no meio das raizes um ganso compenas de ouro puro. Ele pegou o ganso no colo e foi passar a noite numa hospedaria.

O hospedeiro tinha três filhas que, assim que viram o ganso de ouro, ficaram curiosíssimas para saber mais coisas de um animal tão estranho. Todas cobiçavam as penas de ouro, e a mais velha pensou: na certa eu vou conseguir arrancar uma para mim.

Quando João Bobo foi dormir, ela agarrou a asa do ganso, mas ficou com o dedo e a mão presos, sem conseguir soltar. Pouco depois, chegou a segunda irmã e também só pensou em arrancar uma pena de ouro, mas, assim que tocou sua irmã, ficou presa também. Finalmente, chegou a terceira, com o mesmo objetivo. As outras duas gritaram:

- Fique longe daqui, pelo amor de Deus! Longe daqui!

Mas ela não entendia por que tinha que ficar longe dali, pensando: por que não devo ir aonde elas estão?

Correu até elas, tocou a irmã e ficou bem presa. Acabaram tendo todas que passar a noitecom o ganso.

Na manhã seguinte, João Bobo pegou o ganso no colo e foi-se embora. Nem reparou nas três moças que estavam penduradas nele, e lá se foram elas correndo atrás dele, ora para a esquerda, ora para a direita, por qualquer caminho que ele cismasse de seguir. Quando passaram correndo por uma estradinha no campo, cruzaram com o padre. Ao ver a tal procissão, ele disse:

- Que horror, garotas! Vocês deviam ter vergonha! Por que vocês estão perseguindo esse rapaz? Acham que isso é bonito?

Dizendo isso, agarrou a mão da mais nova e tentou puxá-la, mas, no momento em que fez isso, também ficou preso e teve que sair correndo junto com os outros. Daí a pouco, encontraram o sacristão. Quando viu o padre correndo atrás das três moças, gritou espantadíssimo:

- Ei, reverendo, aonde é que o senhor está indo com tanta pressa? Não se esqueça: temos um batizado hoje!

Correu atrás dele, agarrou-o pela manga e ficou preso também.

Enquanto os cinco seguiam apressados pela estrada, encontraram dois camponeses que vinham dos campos com suas enxadas. O padre pediu ajuda, mas assim que eles encostaram no sacristão também ficaram presos, e a esta altura já eram sete pessoas correndo atrás de João Bobo e de seu ganso.

- Bem mais tarde, chegaram a uma cidade onde havia um rei cuja filha era tão séria que ninguém conseguia fazê-la rir. Por isso, o rei tinha decretado que o primeiro homem que conseguisse fazer a princesa rir casaria com ela. Quando João Bobo ouviu isso, foi até a presença do rei - com seu ganso e todo o cortejo. Na hora em que a princesa viu aquelas sete pessoas correndo enfileiradas, teve um ataque de riso tão forte que parecia que nunca mais ia parar de dar gargalhadas. Então João Bobo disse que tinha o direito de casar com ela, mas o rei não queria um genro como ele e começou a fazer todo tipo de objeção. Até que acabou dizendo que, para casar com sua filha, João Bobo ia ter que trazer um homem que fosse capaz de beber uma adega inteirinha cheia de vinho.


João Bobo pensou, pensou, e achou que talvez o homenzinho cinzento da floresta pudesse dar alguma ajuda, por isso foi até lá. No lugar onde tinha cortado a árvore, viu um sujeito com um ar muito infeliz, sentado no chão. Quando João Bobo perguntou a ele por que estava tão triste, o homem respondeu:

- Estou com uma sede tão grande que nada faz passar. Acabei de beber um barril inteiro de vinho, mas isso é só uma gotinha para o que eu preciso.

- Eu posso te ajudar - disse João Bobo. - É só vir comigo e se fartar...

Foi com ele até a adega do rei, e o homem começou seu trabalho nos grandes tonéis.

Bebeu, bebeu, até ficar com as bochechas doendo, mas antes do dia acabar tinha secado a adega inteira.

Mais uma vez, João Bobo foi reclamar seu direito, mas o rei relutava tanto em deixar que um idiota conhecido como João Bobo casasse com sua filha que acabou pensando em outra condição: agora queria um homem que fosse capaz de comer uma montanha inteira de pão.

João Bobo nem precisou pensar muito. Foi até a floresta e, no mesmo lugar, encontrou um homem que estava apertando o cinto em volta da barriga, fazendo a cara mais infeliz do mundo.

- Acabo de comer um forno cheio de pão - disse o homem -, mas, para uma fome como a minha, isso não dá nem para a saída. Minha barriga continua vazia como sempre e, se eu não a apertasse muito, a fome ia acabar me matando.

João Bobo gostou de ouvir isso. - Venha comigo - disse. - Você vai comer até dizer chega. E levou o homem para o pátio do castelo do rei.

Tinham trazido toda a farinha de trigo que existia no reino todo e tinham feito uma imensa montanha de pão. Mas o homem da floresta subiu na montanha até o alto e começou a comer, e antes do dia acabar o pão todo já tinha sumido.

Pela terceira vez, João Bobo reclamou o cumprimento da promessa, mas o rei ainda pensou em outra condição. Agora, ele queria um navio que fosse capaz de velejar tanto na terra como na água.


- Mas assim que me trouxer o navio, terá minha filha - garantiu.

João Bobo foi direto à floresta, onde encontrou o homenzinho cinzento a quem tinha dado seu bolo.

- Bebi e comi por você - disse ele - e também vou lhe dar seu navio. Tudo isso porque você foi bom para mim.

E deu a ele o navio que velejava na terra e na água. Quando o rei viu isso, não pôde mais continuar negando a mão de sua filha, e o casamento foi celebrado. Mais tarde, quando o rei morreu, João Bobo herdou o reino e viveu feliz com a mulher por muitos e muitos anos.


* * * FIM * * *

O músico maravilhoso

O músico maravilhosoNum país distante havia um músico que tocava muito bem violino. Como a vida não lhe corria muito bem, decidiu procurar um companheiro. Foi até à floresta e pôs-se a tocar, até que lhe apareceu um lobo assustando-o. O lobo disse-lhe que tocava muito bem e que gostava de aprender a tocar como ele. O músico prometeu ensinar-lhe se ele fizesse tudo o que lhe mandasse. Então ao dirigirem-se para um carvalho velho, que estava oco e que tinha uma fenda a meio do tronco, o músico disse ao lobo que se quisesse aprender a tocar violino teria que meter a pata nessa abertura. O lobo obedeceu e o músico apanhou uma pedra, entalando a pata do lobo na fenda.

Como o músico queria encontrar um companheiro, lá continuou a tocar violino com entusiasmo, até que apareceu uma raposa encantada com a música, dizendo-lhe que gostava de aprender a tocar como ele. Pelo que o músico respondeu que para isso bastava que ele fizesse tudo o que lhe mandasse e então continuaram a andar até chegarem a um caminho estreito, aí ele prendeu com os pés dois ramos de aveleira e dizendo à raposa que se quisesse aprender a tocar violino lhe desse a pata esquerda. O animal obedeceu e o homem atou uma das patas a um ramo e a outra ao segundo ramo. Ao tirar os pés dos ramos, eles endireitaram-se e a raposa ficou suspensa pelas patas.

Como ainda não tinha encontrado o companheiro para formar sociedade e ganhar a vida, sentou-se a tocar o violino. Entretanto apareceu uma linda lebre que ao gostar da música lhe pede para o ensinar a tocar. O músico promete-lhe ensinar se ela obedecer às suas instruções. A lebre aceita e deixa-o atar um cordel à volta do pescoço, prendendo-a a um tronco.

Entretanto o lobo debatendo-se consegue soltar a pata e enfurecido vai atrás do músico, encontrando pelo caminho a raposa que lhe pede para a soltar. Ao passarem perto da lebre esta gritou por ajuda e foram todos os três em busca do músico. Este entretanto, tinha atraído com a sua música um caçador que lhe pede para aprender a tocar. O músico satisfeito disse-lhe que o ensinaria de muito bom agrado, já que tocar bem um instrumento era um privilégio de homens e piscando-lhe o olho deu-lhe sinal para os animais que se aproximavam furiosos.

O caçador apontou-lhes a arma ameaçando-os pelo que assustados fugiram todos a correr.

O músico ficou todo satisfeito por ter encontrado um companheiro e assim passaram a andar de vila em vila tocando e caçando para que nunca lhes falte comida.


* * * FIM * * *
O músico maravilhoso

Como tirar mancha de tinta de cabelo da pele

OI GENTE SABE QUANDO VOCÊ PINTA O CABELO E FICA A MÃO,O PESÇOÇO,OMBRO E TUDO MAIS QUE TIVER PRA FICAR MANCHADA A SUA PELE  POIS É ,E SABE O QUE TIRA ESSAS MANCHAS E VOCÊ TEM EM CASA PASTA DE DENTE BRANCA COMUM DE HORTELÃ  BASTA MASSAGEAR O LOCAL MANCHADO DA SUA PELE E LAVAR COM AGUA EM ABUNDACIA PODE NÃO SAIR TUDO DEPENDENDO DA COLORAÇÃO MAS AJUDA BASTANTE.

Removedor de maquiagem milagroso

OI GENTE VIM AQUI FALAR DE UM 3 EM 1 MARAVILHOSO  PARA AQUELES DIAS EM QUE A GENTE TEM QUE FAZER 3 CAMADAS DE MAQUIAGEM E NA HORA DE TIRAR É UM SACRIFICIO NOSSOS PROBLEMAS ACABARAM BASTA PEGAR UM POUQUINHO DESSE REMOVEDOR MASSAGEAR SUAVEMENTE POR 5 MINUTOS O ROSTO E ENXAGUAR COM AGUA EM ABUNDACIA E PRONTO ROSTO LIMPO ,MACIO E HIDRATADO.

domingo, 11 de outubro de 2015

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A PREPARAÇÃO, SABOR E RECEITAS DE KEFIR





Nesta página você achará as respostas para a maior parte das suas dúvidas sobre a preparação, o sabor e as receitas sobre o Kefir.

Se existem regras que podem ser aplicadas em fazendo kefir, elas estão aqui:
Mantenha todos os utensílios limpos, e use leite fresco de boa qualidade ou sucos (para kefir baseado em água).
Por favor, tenha paciência quando fizer quaisquer mudanças significativas ao preparar seu kefir. Os grãos de Kefir são muito robustos, mas precisam de tempo para se adaptar a quaisquer mudanças feitas na forma de cultivá-los.
  1. Qual é o tempo de fermentação correto?
  2. Recebi os grãos de kefir e agora o que fazer? Quanto tomar inicialmente?
  3. Até quanto posso encher o vasilhame da fermentação?
  4. Como eu sei quando meu kefir de leite está pronto?
  5. Eu preciso coar ou remover todo o kefir antes de adicionar leite fresco?
  6. Quanto leite eu adiciono aos grãos?
  7. Por que é tão difícil coar meu kefir?
  8. Qual a temperatura ideal para fermentar meu kefir?
  9. Devo apertar ou espremer os grãos quando for coá-los?
  10. Eu fiz uma bolsa para fermentação do kefir mas ela não afunda e os grãos estão fora do leite. Por quê? Como resolver?
  11. Que tipos de leite eu posso usar para fazer kefir?
  12. Devo lavar meus grãos de kefir após coá-los?
  13. É correto agitar o kefir durante a fermentação?
  14. Por que se formou uma camada amarelada sobre o kefir de leite?
  15. Por que se formou uma película marrom sobre o kefir de água?
  16. Por que meu kefir de leite fica tão azedo ou ácido?
  17. Eu preciso esterilizar meus utensílios e ingredientes?
  18. Por que meu kefir fica viscoso?
  19. Quando eu côo meu kefir, os coalhos aderem aos grãos fazendo parecerem maiores, isto é normal?
  20. Meus grãos flutuam, o que está ocorrendo?
  21. Por que o kefir se divide em camadas?
  22. O que é necessário para fazer um kefir bem carbonatado?
  23. Que outras fontes de alimentação, além do açúcar mascavo posso usar para fazer o kefir de água?
  24. Por que não usar açúcar branco no preparo do kefir?
  25. Que tipos de suco de frutas podem ou não ser adicionados no kefir de água?
  26. Que tipos de leite de soja eu posso usar para fazer kefir de soja?
  27. Posso fazer kefir com água de coco verde e com a sua polpa?
  28. Eu não consigo achar um coador não metálico para coar meu kefir, o que eu posso fazer?
  29. Não quero usar plásticos ou outros materiais sintéticos para fermentar o kefir. Que outras opções eu tenho?
  30. Como cuidar dos grãos de água?
  31. Como cuidar dos grãos de leite?
  32. Como fazer o cream cheese?
  33. Fiz cream-cheese (keijo"> e ficou muito ácido? O que posso fazer? Quanto tempo dura?
  34. Quem tem lupus pode tomar kefir?
  35. Como reduzir o índice alcoólico do kefir de água?
  36. Devo tampar hermeticamente o vasilhame de fermentação? Ou não posso vedá-lo para que os grãos possam respirar?
  37. Como fazer sabonetes naturais e loção usando kefir (grãos de água e kefiraride")?
1) Qual é o tempo de fermentação correto?
Em geral, o tempo necessário para completar a fermentação do kefir é determinado pela temperatura ambiente e pela proporção entre grãos e leite ou água com açúcar mascavo.
Na média, o Kefir deve estar pronto depois de uma fermentação de 24 horas. Quanto mais tempo você deixa o Kefir fermentar mais ácido ele se torna. Para eliminar a lactose você deve fermentar seu kefir por mais ou menos 36 horas. Quando você receber os seus grãos de Kefir pode ser que leve uns dias, para eles se recomporem do "stress" da viagem. Mas com lotes contínuos o grão se tornará cada vez mais ativo. O Kefir de leite estará pronto quando todo o leite estiver completamente coagulado e o de água, quando não for mais possível sentir o sabor adocicado do açúcar mascavo.
2) Recebi os grãos de kefir e agora o que fazer? Quanto tomar inicialmente?
Se recebeu seus grãos em mãos, geralmente é uma colher de sopa de grãos, coloque-os em 1 copo (200 a 250 ml) de leite, tampe-o e deixe fermentar em temperatura ambiente por 24 h. Após esse período pode coar e tomar o kefir que deverá estar completamente coagulado.
Se recebeu seus grãos pelos correios precisa dar um tempo para que todas as bactérias e fermentos voltem a trabalhar, de uns 3 a 4 dias. Neste período o leite pode talhar e ter cheiro de azedo ,então, coe a cada 24 h e descarte o líquido, fazendo nova troca. Quando os grãos coagularem o leite e este tiver cheiro similar a iogurte, pode tomar, está pronto o kefir. Se recebeu grãos de água, eles reativam em menor tempo, possivelmente no dia seguinte já possa coar e tomar o kefir, mas como prevenção é prudente descartar o líquido de dois dias. É aconselhável, inicialmente, começar a tomar pequena quantidade (100 ml) para acostumar o organismo e ir aumentando aos poucos, com isso evitará reações "bruscas".
3) Até quanto posso encher o vasilhame da fermentação?
Nunca encha mais de 3/4 do volume total do vasilhame usado para fermentar seu kefir. Especialmente se estiver usando uma tampa bem apertada, por que a levedura do kefir pode produzir uma quantidade grande de CO2. Isto produzirá uma pressão, que em um ambiente fechado, pode quebrar o jarro ou a tampa, ou mesmo provocar uma pequena explosão. Nada grave, mas vai sujar todo o seu ambiente de leite ou água com açúcar mascavo.
4) Como eu sei quando meu kefir de leite está pronto?
Você pode ver pela quantia de coágulos. Esta coagulação pode variar por causa dos tipos diferentes de leites que estão disponíveis no mercado, pela temperatura e relação de grãos/leite.
Falando de modo geral, você deve ver coalhos e Kefiraride distintamente separados e não deve haver nenhum leite não coagulado.
Em último lugar é que se completa a coagulação no fundo do jarro. Se você ainda vê leite fresco no fundo de seu recipiente, então você precisará deixar mais tempo. Você pode acelerar o processo, agitando o jarro lenta e cuidadosamente. Quando pronto, o Kefir será firme.
Até que você se torne mais experiente, pode ser enganador distinguir entre leite fresco ou coalho. Novamente, o sinal é dado inclinando o jarro para ver se a seção mais baixa do leite se reposiciona como um gel coalhado ou tem aparência de leite fresco. É uma boa idéia usar um jarro de vidro para fazer seu Kefir.
Também ajuda se você agitar o jarro de kefir fermentando por alguns segundos duas ou três vezes ao dia.
OBS. :se você tem problema de intestino preso e precisa tomar o kefir fermentado por 12 h, seu Kefir ficará similar a uma bebida láctea , pouco encorpado, por isso é muito importante agitar o jarro para que todo o leite tenha contato com os grãos de Kefir.
5) Eu preciso coar ou remover todo o kefir antes de adicionar leite fresco?
Não é necessário, nem ideal, coar todo o kefir antes de adicionar leite fresco para seu próximo lote. Deixar algum kefir (mais ou menos 1/3) , ao adicionar leite fresco faz bem aos grãos, que se reproduzem mais rápido e acelera o processo de fermentação, pois reduz o pH do leite fresco (tornando-o mais ácido) , o que pode ajudar a reduzir microrganismos indesejáveis.
6) Quanto leite eu adiciono aos grãos?
A quantia de leite para usar é normalmente determinada pela temperatura (estação do ano) , quantidade e nível de atividade dos grãos.
Em temperaturas quentes (20º - 30º C.) relações de grãos para o leite de 1 : 30 (uma parte de grãos, para 30 de leite) ou 1 : 50 são as ideais. Em temperaturas mais frias (abaixo de 20º C) as relações de 1 : 10 ou pouco menos são aceitáveis. Mas estas são regras gerais determinadas principalmente pela atividade dos grãos e temperatura.
O Kefir pode ser feito com uma relação tão pequena quanto 1 : 3 ou tão grande quanto 1 : 60. Geralmente quem decide é você, se decidir por uma quantidade maior de leite, você deve ter um tempo para fermentar maior e vice-versa. Como você pode ver, não existe nenhuma regra rígida aqui, porque os grãos de kefir são muito versáteis.
Falando de modo geral, os grãos de Kefir farão pouco ou tanto Kefir conforme seu gosto e com o tempo eles se ajustarão a sua rotina.
Um outro detalhe importante é que os grãos crescerão em quantidade com o tempo e eventualmente você precisará remover um pouco deles ou aumentar a quantidade do leite.
7) Por que é tão difícil coar meu kefir?
Provavelmente:
  • a malha do coador é muito fina: experimente usar um coador com uma malha mais larga (tamanho de buracos de mais ou menos 2 milímetros);
  • você está usando pouco leite para seus grãos: aumente a quantidade de leite ou diminua a de grãos;
  • você deixa fermentar por muito tempo para a quantia de leite usado: diminua o tempo ou aumente a quantidade de leite, ou ainda, diminua a quantidade de grãos;
  • a temperatura ambiente está muito alta, acelerando demais o tempo da fermentação: experimente deixar parte do tempo na geladeira (na parte inferior, onde é menos frio) ou aumente a quantidade de leite, diminua a de grãos ou deixe menos tempo;
  • alguns coalhos do leite aderem aos grãos: diminua o tempo ou aumente a quantidade de leite, ou ainda, diminua a quantidade de grãos;
Além disso, também ajuda:
  • antes de coar, aperte a tampa, então suavemente inverta o jarro algumas vezes. Ou suavemente balance o jarro até que os coalhos sejam misturados com uma parte do Kefiraride (até uma consistência cremosa)
  • despeje o kefir para ser coado em seu coador, e suavemente bata o coador (veja a figura à direita). É melhor usar um recipiente largo ou tigela para coar seu kefir, para nenhum kefir ser perdido

8) Qual a temperatura ideal para fermentar meu kefir?
Na maioria das situações o kefir é feito em temperatura ambiente (5º C. a 40º C).
Em regiões muito frias, você precisará que seu kefir seja mantido em temperatura maior que 10º C. Isto não é 100% essencial, mas abaixo desta temperatura, seu kefir exigiria muito mais tempo para fermentar (aproximadamente 3 x mais) e temperaturas muito baixas por um longo tempo podem inibir certos tipos de micróbios da microflora dos grãos. Os caucasianos faziam kefir em bolsas de pele de cabras e durante os meses mais frios, deixavam-nas ao sol durante o dia e próximas a uma lareira durante a noite.
9) Devo apertar ou espremer os grãos quando for coá-los?
NÃO! Você não deve apertar ou espremer os grãos com qualquer coisa para tentar coar mais kefir. Isto irá quebrá-los. A maioria dos Grãos de Kefir é uma bolsa e é importante tentar mantê-las intactas. Eu acredito que aquele grão de kefir que não foi danificado apertando, produza polissacarídeo mais solúvel e um Kefir mais espesso e mais cremoso.
Quebrar ou danificar os grãos apertando não os matará e quando você parar de apertá-los, eles voltarão a crescer novamente em bolsas (como grãos de sagu).
10) Eu fiz uma bolsa para fermentação do kefir mas ela não afunda e os grãos estão fora do leite. Por quê? Como resolver?
Isto acontece quando o material usado para a bolsa é muito fechado, ou se você fez com mais de uma camada, ou devido aos coalhos que tamparam os buracos de forma que o CO2 forma um "balão" e a bolsa flutua. Tente usar um pano tipo fralda de neném ou gaze de linho para sua bolsa. Também lave a bolsa com delicadeza usando água fria sempre que mudar de lote para manter os buracos abertos. Você também pode fazer pequenos cortes na bolsa no sentido do comprimento, pequenos o suficiente para segurar os grãos, mas deixar escapar qualquer gás.
11) Que tipos de leite eu posso usar para fazer kefir?
Você pode usar qualquer tipo de leite para fazer kefir. Você pode usar leite integral, desnatado e semidesnatado, homogeneizado, em pó, UHT e até reconstituído. Também é possível usar leite de soja para fazer seu kefir.
12) Devo lavar meus grãos de kefir após coá-los?
Lavar seus grãos com água fria antes da troca do leite não é essencial e nem recomendável. Usando leite fresco limpo, existe pequena chance de qualquer micróbio indesejável ser cultivado no meio do kefir. Os coalhos que aderem aos grãos formam uma barreira ácida protetora ao redor deles, ajudando a inibir organismos indesejáveis muito mais que quando os grãos são lavados.
Pelo contrário, lavá-los remove este coalho, expondo-os ao ambiente durante as horas necessárias para que eles consigam reconstruí-lo. A repetição deste processo aumenta as chances de contaminação dos Grãos de Kefir. Lavar os Grãos de Kefir remove muitos micróbios importantes da superfície, e combinações possivelmente protetoras ou mecanismos possivelmente ainda não descobertos, que podiam ser essenciais para o saldo da microflora!
Os caucasianos nunca lavaram seus Grãos de Kefir. Eles ordenhavam seus próprios animais e colocavam o leite diretamente para fermentar com grãos de kefir. Então o leite era tão fresco quanto você possa imaginar! Vejaaqui, maiores detalhes.
13) É correto agitar o kefir durante a fermentação?
Sim! E é altamente recomendado!
Os caucasianos faziam isso com as bolsas de couro onde fermentavam o kefir. Estas bolsas eram freqüentemente movimentadas, especialmente em dias mais frios, quando eles tentavam colocá-las em lugares mais quentes (ensolarados durante o dia e próximos a lareiras ou fogões à noite). A agitação suave do kefir pode ajudar:
• na fermentação, misturando a microflora com porções de leite não inoculadas e frescas,
• quando se vai coar o Kefir, porque os coalhos maiores que aderem aos grãos, serão parcialmente removidos e misturados de volta com o Kefiraride,
• acelerando a taxa de crescimento dos Grãos de Kefir e seu tamanho real
• produzindo um Kefir mais cremoso!
Você pode balançar seu recipiente de fermentação do Kefir colocando e fixando uma tampa apertada, e, em seguida, suavemente, balançando ou agitando o recipiente por mais ou menos 5 - 10 segundos. Isto pode ser feito duas vezes por dia. Agitar o recipiente só antes de coar, não produz os mesmos efeitos, mas também é uma boa idéia, pois ajuda a coar.
14) Por que se formou uma camada amarelada sobre o kefir de leite?
O kefir deve ser agitado uma ou duas vezes ao dia para permitir que todo o leite tome contato com os grãos e haja uma fermentação homogênea. Quando isso não ocorre há a formação de uma camada amarelada sobre o kefir que são as gorduras contidas no leite (e sua espessura vai depender do tipo de leite utilizado, tanto mais grossa quanto maior a gordura contida) , que os grãos de kefir por serem compostos de bactérias e fermentos, não processam. Embora o desenvolvimento inicial dessa camada não seja prejudicial, fungos não desejados podem propagar-se nelas,a agitação impede que isso ocorra, possivelmente devido ao aumento de oxigênio disponível. Veja mais em: Armazenar kefir
15) Por que se formou uma película marrom sobre o kefir de água?
O kefir deve ser agitado uma a duas vezes ao dia para impedir que os fermentos e acetobactérias formem colônias em sua superfície, se não for agitado, estas colônias podem ser vistas como uma película ondulada marrom luminosa, chamada de "flores do kefir". Embora o desenvolvimento inicial de tais colônias não seja prejudicial, fungos não desejados podem propagar-se nelas,a agitação impede que isso ocorra, possivelmente devido ao aumento de oxigênio disponível. Veja mais em: Armazenar kefir.
16) Por que meu kefir de leite fica tão azedo ou ácido?
O sabor de kefir de leite em muito se assemelha ao do iogurte natural. Se você não aprecia o sabor do iogurte natural, certamente não irá apreciar o sabor do kefir puro. Nesses casos, dê uma olhada em nossas receitas. Há várias que podem tornar o sabor do kefir bem mais palatável.
Porém, se seu kefir está mais ácido do que o iogurte natural, é provável que você esteja cometendo alguns erros na hora de prepará-lo. Quanto mais tempo fermentando, quanto maior a temperatura ambiente e quanto mais grãos para uma determinada quantidade de leite, mais ácido ele fica. Procure trabalhar essas variáveis até encontrar a fórmula ideal ao seu paladar. Algumas pessoas deixam o kefir fermentar uma parte do tempo na geladeira.
Se seu kefir fica azedo, ao invés de ácido, é possível que os grãos estejam com o metabolismo baixo. Pode ser por causa da viagem, se tiverem vindo pelos Correios, pode ser que eles estivessem armazenados na geladeira. Prepare-o com menos leite até perceber que o leite está coalhando sem azedar. Na dúvida, prepare o kefir de acordo com as instruções.
17) Eu preciso esterilizar meus utensílios e ingredientes?
Não existe nenhuma necessidade de fazer isso. Só mantenha os utensílios limpos. Basta a limpeza básica doméstica.
18) Por que meu kefir fica viscoso?
Ah!… o gel polissacarídeo solúvel, Kefiran está confundindo você com algo que parece ruim ou estragado! Esta substância é normal e muito saudável. Kefiran tem comprovada capacidade de reduzir algumas poucas formas de câncer e de tumores em ratos. Também é esta substância que dá ao Real Kefir essa textura cremosa rica sem igual, só os Grãos de Kefir podem produzir isto. Se você usar menor proporção de leite quando estiver fazendo o Kefir, esta substância pode ser em maior quantidade. Isto também ocorre quando você deixar seu kefir fermentar mais que 24 horas.
19) Quando eu côo meu kefir, os coalhos aderem aos grãos fazendo parecerem maiores, isto é normal?
Sim isto é normal e o ideal é que se mantenha assim, sem lavá-los, pois isto não só acelera seu próximo lote de kefir, mas a taxa de crescimento e o tamanho do grão parecem aumentar também.
20) Meus grãos flutuam, o que está ocorrendo?
Os Grãos de Kefir normalmente flutuam algumas horas depois de serem colocados no meio de fermentação, devido à densidade especifica do grão ou devido ao gás CO2 produzido pela levedura. Há também a formação de bolhas em torno dos grãos, que os leva a flutuarem.
21) Por que o kefir se divide em camadas?
Isto é um fenômeno normal devido ao gás carbônico (CO2) produzido pela levedura do kefir. Este CO2 forma uma camada de bolhas em torno dos coalhos fazendo com que eles flutuem.
Você pode perceber que seu kefir separa-se em duas ou mais camadas: um coalho espesso flutuando com os grãos acima de uma camada de líquido claro. A camada clara (quase transparente) é o Kefiraride, e a separação é mais proeminente quando:
• A temperatura é mais alta durante a fermentação (aprox. 30º C) , por exemplo, durante o verão pode haver uma separação maior devido à produção excessiva do gás CO2,
• Você usa leite pasteurizado. Devido à caseína do leite (proteínas) que passa por mudanças durante o processo de pasteurização, os coalhos se separam e ficam extremamente firmes, flutuando mais facilmente, devido a bolhas de CO2, e podem ser vistos como duas ou mais camadas com os grãos normalmente no topo,
• Você não usa leite suficiente ou deixa fermentar por pouco tempo. Algumas pessoas deixam seu kefir até 3 dias fermentando para obter um Kefir mais acido e com menos lactose. Veja a Pergunta 1.
22) O que é necessário para fazer um kefir bem carbonatado?
Então você gosta de seu kefir... efervescente? Para fazer um Kefir extra carbonatado, primeiro tenha certeza não encher o jarro mais que 2/3 com leite (ou água com açúcar mascavo) e grãos, Fixe uma tampa bem apertada no jarro e fermente conforme o habitual por 24 horas. Você pode fazer um Kefir bem carbonatado dessa maneira continuamente, e nenhum dano será causado para os grãos.
23) Que outras fontes de alimentação, além do açúcar mascavo posso usar para fazer o kefir de água?
Você pode usar para alimentá-los: suco de frutas (frutose) , mel (sem própolis), rapadura, melado, caldo de cana, água de coco, se houver necessidade em usar um adoçante, dê preferência aos naturais como a stevia 100% pura.
24) Por que não usar açúcar branco no preparo do kefir?
O açúcar refinado praticamente só existe no Brasil, portanto não há referências, para seu uso no Kefir.Estudos comprovam que o açúcar faz mal a saúde e possui quantias ínfimas de vitaminas e sais minerais.
Todos os demais países, utilizam-se do açúcar branco aqui chamado de cristal o qual em muitos deles não é retirado da cana de açúcar e sim de fontes alternativas (beterraba por exemplo). Portanto, por analogia se não devemos utilizar o açúcar refinado (há três pós brancos que matam: açúcar, sal e cocaína), por que dá-los aos grãos de Kefir?
25) Que tipos de suco de frutas podem ou não ser adicionados no kefir de água?
Veja em Kefir de Frutas a resposta a esta pergunta.
26) Que tipos de leite de soja eu posso usar para fazer kefir de soja?
Não é recomendado o uso da maioria dos leites de soja comerciais para fazer kefir. Se você desejar, faça o leite de soja caseiro, que leva menos tempo para fermentar. Veja a receita para o leite de soja e o kefir de soja em nossa página Leite de Soja.
O leite de soja em pó não é muito bom para fazer seu kefir. Estes são principalmente feitos de "soja isolada (híbrida) " e freqüentemente contem lactose. Isto é importante, porque a maioria das pessoas que usam leite de soja, o fazem por problemas de lactose ou por desejarem eliminar a lactose de suas dietas. Neste caso, é bom lembrar que, se o kefir fermentar tempo suficiente pode eliminar quase toda a lactose. Veja Armazenar Kefir.
27) Posso fazer kefir com água de coco verde e com a sua polpa?
Sim, veja como em Making Coconut Water kefir(Fazendo o kefir com água de coco verde) e Making Coconut Kefir cheese (Fazendo o queijo do kefir de coco verde). Este site, em inglês, explica como usar a polpa de coco batida para fazer o queijo de kefir de coco com starter de kefir (falso kefir acionador de partida em pó). Substitua o starter por grãos Reais de Kefir). você irá adicionar seus grãos e após 24 h irá coar e retirá-los. A gordura de coco é muito boa no tratamento da Candidíase.
28) Eu não consigo achar um coador não metálico para coar meu kefir, o que eu posso fazer?
Os coadores de plástico estão disponíveis em grandes lojas. Se você não puder achar um vá a uma loja asiática ou em lojas naturais. Você deve achar um coador com a malha de tal maneira que não perca os grãos e nem fique muito difícil de coar o Kefir (2. 5mm - 3 mm). Tente encontrar um coador de bambu ou da casca da cana de açúcar. Você também pode coar seu kefir colocando um tecido, como um pano de fralda (claro que sem uso e esterilizado com ferro de passar roupa) ou gaze de linho em uma tigela, então verta seu kefir com os grãos neste. Juntando as pontas, erga este material e suavemente coe o kefir. Não aperte os grãos, mas, com suavidade corra uma colher ou espátula para ajudar a coar (agite seu kefir suavemente antes de coar com este método).
Se o kefir for difícil de coar usando qualquer método acima, então eu sugiro que antes de coar, se aperte a tampa do kefir e inverta o jarro algumas vezes (virar de cabeça para baixo e para cima). Isto ajudará a quebrar o coalho mais firme e deixar livres quaisquer coalhos que aderiram aos grãos, que é o que normalmente dificulta o coar. Veja mais em Coar Kefir.
29) Não quero usar plásticos ou outros materiais sintéticos para fermentar o kefir. Que outras opções eu tenho?
Existem milhares de pessoas que parecem não ter nenhum problema com o uso de coadores de plástico para coar seu kefir. Mas existem aqueles que não querem usar plásticos para fazer ou armazenar kefir. Os grãos de Kefir são ácidos e a maioria dos plásticos, em certo grau reagem com ácidos.
Não se pode garantir 100% que qualquer plástico ou material de fibra sintética não reagirá com Grãos de Kefir. Não é recomendado o uso de plástico para fermentar kefir, use só coadores de plástico, o tempo de contato é mínimo. Se desejarmos coar o kefir sem o uso de plástico, pode-se também achar coadores não metálicos e não plásticos na maioria dos supermercados asiáticos ou lojas de produtos naturais. Estes coadores são normalmente feitos com tiras de bambu ou de cana, veja coador. Existem tamanhos variando de mais ou menos 12 cm a 15 cm de diâmetro e são normalmente em forma de um coador.
30) Como cuidar dos grãos de água?
Veja em Kefir de Água.
31) Como cuidar dos grãos de leite?
Veja em Kefir de Leite.
32) Como fazer o cream cheese?
Coloque o kefir fermentado e já separado dos grãos dentro de um coador de café novo. Coloque um jarro ou pote de plástico embaixo, para recolher o kefiraride. Deixe por 24 horas na geladeira, tampado para não ressecar. O creme branco do coador é o cream_cheese. Veja em Receitas, algumas sugestões de uso.
33) Fiz cream-cheese (keijo) e ficou muito ácido? O que posso fazer? Quanto tempo dura?
Para fazer o cream-cheese (keijo) deixe o leite fermentar por no máximo 24 h, coe e drene por 24 h na geladeira, assim terá um keijo levemente ácido. Ele dura uma semana, podendo deixar até 15 dias, mas vai aumentando a acidez quanto maior for o tempo, acrescentando uma colher de sopa de azeite de oliva vai suavizar um pouco a acidez. Se passar do tempo pode usá-lo para fazer requeijão, veja como em: Receitas salgadas
34) Quem tem lupus pode tomar kefir?
Sim e traz muitos benefícios, melhorando o intestino, que fica mais preguiçoso por causa da medicação.Saiba mais sobre o lupus.
35) Como reduzir o índice alcoólico do kefir de água?
Observe a proporção entre grãos, açúcar mascavo e água. Veja em Kefir de Água.
O índice alcoólico está entre 0, 08 a 2% de ácool, numa fermentação de 24 h temos índices médios de 0, 5% usando pote com tampa frouxa (ou pano fino com elástico para fixá-lo) e 1, 0% para pote com tampa hermética). Agitar o pote durante a fermentação também aumenta o índice alcoólico.
36) Devo tampar hermeticamente o vasilhame de fermentação? Ou não posso vedá-lo para que os grãos possam respirar?
Tanto pode-se tampá-lo hermeticamente quanto com uma tampa frouxa ou pano fino fixado por elástico. VejaUtensílios.
37) Como fazer sabonetes naturais e loção usando kefir (grãos de água e kefiraride)?
Importante:
Para fazer sabonetes com base glicerinada ou perolada e o kefir (em grãos) não perder as propriedades: após derreter a base em banho-maria, deixe esfriar até 30/35°C, use um termômetro para se certificar (se não tiver use o dedômetro). Depois acrescente os grãos e, em seguida, coloque em moldes e deixe esfriar. O uso de corante e essência é opcional.
Para sabonete líquido: em 1 litro (onde é usado 250 ml de base para sabonete), substitua 200 ml da água porkefiraride. Será necessário acrescentar lauril éter sulfato de sódio (qsp_quantidade suficiente para) , pois a acidez do kefiraride diminui a quantidade de espuma. Coloque a base num recipiente de vidro e adicione a água lentamente para hidratar, depois coloque o kefiraride aos poucos e por último o lauril. O uso de corante e essência é opcional.
Para fazer loção para o corpo: use 1 colher de sopa de creme não-iônico (comprado em farmácias de manipulação) e 2 colheres de sopa de kefiraride. Misture muito bem para deixar homogêneo e aplique. Não precisa enxaguar. O que sobrar guarde em pote fechado na parte baixa da geladeira (pode deixar por uma semana). Terá um excelente hidratante natural.




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A donzela sem mãos

A donzela sem mãos

Era uma vez, há alguns anos, um homem que ficava na estrada e que possuía uma pedra enorme de fazer farinha, com a qual moia cereal da aldeia. Esse moleiro estava passando por dificuldades e não restava nada além da enorme pedra de moinho e da grande macieira florida atrás da construção.

Um dia, quando ele entrava na floresta com seu machado de gume de prata para cortar lenha, um velho estranho surgiu atrás de uma árvore.


- Não há necessidade de você se torturar cortando lenha – disse o velho em tom engabelador – posso adorná-lo de riquezas se você me der o que esta atrás de seu moinho.

- O que esta atrás do meu moinho a não ser a macieira florida? – perguntou-se o moleiro, concordando com a proposta do velho.

- Dentro de três anos virei buscar o que é meu – disse o estranho rindo a socapa, e foi embora a mancar, desaparecendo entre os troncos das árvores.


O moleiro encontrou sua mulher no caminho. Ela havia saído correndo de dentro de casa, com o avental voando e o cabelo desgrenhado.

- Marido, marido meu, quando bateu a hora, surgiu na nossa casa um relógio mais bonito, nossas cadeiras rústicas forma trocadas por cadeiras de veludo, nossa pobre despensa esta repleta de carne de caça, nossas arcas e baús transbordam de tão cheios. Diga-me, por favor, como isso aconteceu. – e nesse exato momento, anéis de ouro apareceram nos seus dedos e seu cabelo foi puxado e preso num arco dourado.



- Ah, disse o moleiro, assombrado enquanto seu próprio gibão passava a ser de cetim. Diante dos seus olhos, seus sapatos de madeira com salto tão gastos que ele caminhava inclinado para trás também se transformaram em finos sapatos. – Bem, isso foi um desconhecido – disse ele, ofegante.


- Deparei-me com um homem estranho, com uma sobrecasaca escura. E ele me prometeu enorme fortuna se eu lhe desse o que está atrás de nosso moinho. Ora mulher, claro que podemos plantar outra macieira.



- Ai, meu marido! – lamentou-se a mulher dando a impressão de ter levado um golpe mortal. – O homem de casaco escuro era o diabo e o que está atrás do moinho é a árvore sim, mas a nossa filha está lá varrendo o quintal com uma vassoura de salgueiro.



E assim os pais forma cambaleando para casa, derramando lágrimas sobre seus trajes. A filha permaneceu sem se casar durante três anos, e tinha o temperamento como uma das primeiras maçãs doces da primavera. No dia que o diabo veio apanhá-la, ela se banhou, pôs um vestido branco e ficou parada num círculo de giz que ela mesma traçara à sua volta. Quando o diabo estendeu a mão para agarrá-la, uma força invisível o lançou para o outro lado do quintal.



- Ela não pode mais se banhar – berrou ele. – Ou não vou conseguir me aproximar dela.

Os pais ficaram apavorados e algumas semanas se passaram em que ela ficou sem se banhar, até que o cabelo ficou emaranhado; suas unhas, negras; suas roupas encardidas e duras de sujeira.

Então; como a donzela parecia cada vez mais com um animal, surgiu mais uma vez o diabo. No entanto; a menina chorou e suas lágrimas escorreram pelas mãos e pelos braços. Agora suas mãos e seus braços estavam alvíssimos e limpos. O diabo ficou furioso.

- Cortem-lhe fora as mãos, do contrário não vou poder me aproximar dela.


- Você quer que eu corte as mãos da minha própria filha? – perguntou o pai horrorizado.



- Tudo aqui irá morrer, berrou o diabo. – Você, sua mulher e todos os campos até onde sua vista alcance.


O pai ficou tão apavorado, que pedindo perdão a sua filha começou a afiar o machado. A filha conformou-se.


- Sou sua filha, faça o que deve fazer.

E foi o que ele fez; no final ninguém podia dizer quem gritou mais alto, se foi o pai ou a filha. Terminou assim a vida da menina da forma que ela conhecia.

Quando o diabo voltou, a menina havia chorado tanto, que os troncos que lhe restavam estavam novamente limpos, e o diabo foi mais uma vez atirado para o outro lado do quintal quando tentou agarrá-la.

Lançando maldições que provocavam pequenos incêndios na floresta, ele desapareceu para sempre, pois havia perdido todo o direito sobre ela.

O pai havia envelhecido cem anos, e sua esposa também. Como autênticos habitantes da floresta, eles continuaram como podiam. O velho pai fez a oferta de manter a filha num imenso castelo de beleza e riqueza pelo resto da vida, mas a filha disse achar mais condizente que se tornasse mendiga e dependesse da bondade dos outros para seu sustento. E assim ela fez com que atassem seus braços com gaze limpa e ao raiar do dia ela se afastou da sua vida como havia sido até então.

Ela caminhou muito. O sol do meio dia fez com que o suor escorresse riscando a sujeira de seu rosto. O vento desgrenhou tanto o seu cabelo que até parecia um ninho de cegonha com gravetos enfiados de qualquer jeito. No meio da noite, ela chegou a um pomar real onde a lua fazia reluzir os frutos das árvores.


Ela não podia entrar já que o pomar era cercado por um fosso. Caiu, então de joelhos, pois estava faminta. Um espírito etéreo vestido de branco surgiu e fechou a compota para esvaziar o fosso.


A donzela caminhou por entre as pereiras sabendo de algum modo que cada fruto perfeito havia sido contado e anotado, e que eles eram também vigiados. Mesmo assim, um ramo curvou-se abaixo para que ela o alçasse, fazendo o galho estalar. Ela tocou a pele dourada da pêra com os lábios e comeu ali em pé ao luar, com os braços atados em gaze, os cabelos desgrenhados, parecendo uma mulher de lama, a donzela sem mãos.

O jardineiro viu tudo, mas reconheceu a magia do espírito que a protegia e não se intrometeu. Quando ela acabou de comer aquela única pêra, ela se retirou atravessando o fosso e foi dormir no abrigo do bosque.

No dia seguinte o rei veio contar suas pêras. Ele descobriu que uma estava faltando, mas, olhando por toda a parte, não conseguiu encontrar o fruto desaparecido. Quando lhe perguntaram o jardineiro tinha a explicação.

- Ontem a noite dois espíritos esgotaram o fosso, entraram no jardim a luz do luar e um deles que era mulher e não tinha mãos comeu a pêra que se oferecia a ela.

O rei disse que iria montar guarda naquela noite. Quando escureceu ele veio com o jardineiro e o mago que sabia conversar com espíritos. Os três se sentaram debaixo de uma árvore e ficaram vigiando. À meia noite, a donzela veio flutuando pela floresta, com roupas em farrapos, o cabelo desfeito, o rosto sujo, os braços sem mãos e o espírito de branco ao seu lado.

Eles entraram no pomar da mesma forma que antes. Mais uma vez a árvore curvou-se graciosamente para chegar ao seu alcance, e a donzela sorveu a pêra que estava na ponta do ramo. O mago aproximou-se deles, mas não muito.


- Vocês são deste mundo ou não são?- perguntou ele.


- Eu fui outrora do outro mundo – respondeu a donzela. – no entanto não sou deste mundo.


- Ela é humana ou é um espírito? – perguntou o rei ao mago, e ele respondeu que era as duas coisas. O coração do rei deu um salto, e ele se apressou a chegar a ela.


- Não renunciarei a você – exclamou o rei - deste dia em diante, eu cuidarei de você.


No castelo ele mandou fazer para ela um par de mãos de prata, que foram amarradas aos seus braços. E foi assim que o rei se casou com a donzela sem mãos.


Passado algum tempo o rei teve que ir combater num reino distante e pediu à mãe que cuidasse da jovem rainha, pois ele a amava de todo coração.



- Se ela der à luz a um filho mande me avisar imediatamente.


A jovem rainha deu a luz a um belo bebe, e a mãe do rei mandou um mensageiro até ele para lhe dar as boas novas. No entanto no meio do caminho o mensageiro se cansou e, chegando a um rio, ficou cada vez com mais sono. Afinal, adormeceu profundamente às margens do rio. O diabo saiu de trás de uma árvore e trocou a mensagem por uma que a rainha havia dado à luz a uma criança que era metade humana metade cachorro.


O rei ficou horrorizado com a noticia, mas mesmo assim mandou de volta uma carta recomendando que amassem a rainha e que cuidassem dela nesse terrível transe. O rapaz que vinha trazendo a mensagem mais uma vez chegou ao rio e, sentindo a cabeça pesada como se tivesse comido todo um banquete, logo adormeceu junto a água. Foi quando o diabo mais uma vez apareceu e trocou a mensagem para:

- Matem a rainha e a criança.



A velha mãe ficou abalada com essa ordem e mandou um mensageiro pedindo confirmação. Corriam os mensageiros de um lado para outro, cada um adormecendo junto ao rio enquanto o diabo trocava as mensagens por outras que ficavam cada vez mais apavorantes, sendo a ultima que dizia:


- Guardem a língua e os olhos da rainha como prova de que ela está morta.


A velha mãe não pode suportar a ideia de matar a doce jovem. Em vez disso, ela sacrificou uma corça, arrancou sua língua e seus olhos e os escondeu. Em seguida, ela ajudou a jovem rainha a atar o bebe junto ao peito e, cobrindo-a com um véu, disse que ela precisava fugir para salvar a vida. As mulheres choraram e se beijaram na despedida.


A jovem rainha vagueou até chegar à floresta maior e mais selvagem que jamais vira. Na tentativa de procurar um caminho, ela procurava passar por cima, pelo meio e por volta do mato. Quase ao escurecer, o mesmo espírito de branco apareceu conduzindo a jovem a uma estalagem pobre de gente simpática da floresta. Uma donzela vestida de branco levou a rainha para dentro e demonstrou saber seu nome. A criança foi posta no berço.


- Como que você sabe que eu sou rainha? – perguntou a donzela.


- Nós da floresta acompanhamos esses casos, minha rainha. Agora descanse.


E assim a rainha ficou sete anos e se sentia feliz com sua criança e com sua vida. Aos poucos suas mãos voltaram; primeiro como pequeninas mãozinhas de bebes, rosadas como pérolas, depois como mãozinhas de menina e afinal como mãos de mulher.


Enquanto isso o rei voltou da guerra, e sua mãe se lamentou com ele.



- Por que quis que eu matasse dois inocentes? – perguntou ela mostrando-lhe os olhos e a língua da corça.



Ao ouvir a terrível história o rei cambaleou e caiu a chorar inconsolável. A mãe viu a dor e contou que os olhos e a língua eram de uma corça e que ela havia mandado a rainha e o filho fugir pela floresta adentro.


O rei jurou não mais comer, nem beber, e viajar até onde o céu continuasse azul para encontrar os dois. Ele procurou por sete anos a fio. Suas mãos ficaram negras, sua barba de um marrom semelhante ao musgo, seus olhos avermelhados e ressecados. Todo esse tempo, ele não comeu nem bebeu nada, mas uma força maior do que ele o ajudou a se manter vivo.


Afinal ele chegou à estalagem mantida pelo povo da floresta. A mulher de branco convidou-o entrar, e ele se deitou de tão cansado. A mulher colocou um véu sobre o rosto dele, e ele adormeceu. Quando ele chegou à respiração do sono mais profundo, o véu escorregou aos poucos do seu rosto. Ao despertar, ele encontrou uma linda mulher e uma bela criança que o contemplava.


- Sou sua esposa e este é seu filho. – O rei queria acreditar, mas a donzela tinha mãos. – Com todas as minhas afeições e com meus bons cuidados, minhas mãos voltaram a crescer – disse a donzela. E a mulher de branco trouxe as mãos de prata que estavam guardadas como um tesouro numa arca. O rei ergueu-se e abraçou a mulher e o filho, e naquele dia houve uma alegria imensa na floresta.

Todos os espíritos e os ocupantes da estalagem fizeram um banquete. Depois, o rei, e a rainha e o filho voltaram para a velha mãe, realizaram um segundo casamento e tiveram muitos outros filhos, todos os quais contaram essa história para outros cem, que contaram para outros cem, exatamente como vocês fazem parte dos outros cem a quem eu estou contando.


* * * FIM * * *