sábado, 10 de novembro de 2012

A raposa sem rabo



Uma das mais astutas raposas fez tantas que caiu numa cilada. Napoleão teve seu Water loo  que muito é que a nossa raposa fosse uma vez mal sucedida? Mais feliz porém do que Napoleão, se este perdeu, perdeu ela somente o rabo, e conseguiu safar-se da armadilha. Viver porém sem rabo, quando suas irmãs o têm tão fornido! andar sempre exposta aos risos e motejos! A nossa raposa não se pôde resignar a tamanha desgraça. Convocando pois assembleia geral, tomou a palavra, e mostrando todos os inconvenientes do inútil peso do rabo, propôs que todas as raposas proscrevessem tão desajeitado enfeite e os cortassem. “A lembrança é ótima, e o discurso eloquente , disse uma delas, “mas, camarada, para que possamos melhor deliberar, vire-se, para vermos quem és.” A desrabada virou-se; e vendo-a, deram-lhe as outras uma sonora vaia que a obrigou a fugir para sempre.
MORALIDADE: Em geral o amor-próprio nos faz tomar por perfeições os nossos defeitos, e propô-los à imitação dos mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário