Com grande fracasso precipitava-se de altas serras uma torrente caudalosa; tudo era horror em torno dela, ninguém se atrevia a transpô-la, afrontando as suas iras. E descia, impetuosa, montanha abaixo. Apertado por uns ladrões, um viajante não teve outro remédio, cumpria-lhe ou entregar-se aos ladrões, ou romper e atravessar a torrente; atirou-se pois. A água era pouco profunda, e sem embargo de sua força e de seus ruídos, não ocultava o menor perigo.
Prosseguindo em sua fuga viu-se o nosso homem impedido por uma represa que plácida e serena se mostrava, sem o menor sussurro. Isto não é obstáculo para mim, disse o homem. Eu que já afrontei e enfrentei a torrente caudalosa de um rio bravo... ! E saltou no lago. Enganou-se, porém; a represa era muito profunda e cheia de galhos em seu interior; não deu e o mísero afogou-se.
MORALIDADE: Os palradores, vociferando bravatas, são mais inofensivos do que os concentrados e silenciosos.
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