sábado, 10 de novembro de 2012

Os dois burros


Iam dois burros, um carregando um fardo de sal, outro carregando um fardo de esponjas. Chegaram à beira de um rio e, teimosos, nenhum quis desviar-se para ir à ponte, que ficava próxima, a alguns metros, e que lhes daria passagem seca e enxuta; o do sal meteu-se pela água dentro, o das esponjas ficou parado a ver o que sucederia ao seu companheiro. A água do rio infiltrou-se na carga, e a foi dissolvendo, de modo que, quando saiu do banho e surgiu na outra banda do rio, o burro apenas conservava metade ou o terço do peso que lhe fora posto, e o malandro alegre se felicitava pela sua lembrança. Vendo-o tão satisfeito, o outro salta na água, pensando que outro tanto lhe sucederia. Coitado! as esponjas chuparam a água; o peso tanto argumentou que, não podendo mais, o burro caiu morto.

MORALIDADE: Antes de vos resolverdes a fazer como os outros, e de pensardes que bem vos sucederá o que bem lhes sucedeu, vede se entre vós e quem quereis imitar, há perfeita igualdade e semelhança.

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