Um burro fidalgo não falava senão de sua mãe; que magnifica égua que havia sido! Só a príncipes pertencera! Um doutor, que para ver os seus doentes nele se repimpava, era então dono do burro, e o tratava a regalada! por fim o doutor, empoleirando-se, passou a ter carroça, e vendeu burro a um carroceiro. Então não falou ele mais de sua mãe fidalga, e para consolar-se unicamente se lembrava do jumento que fora seu pai.
MORALIDADE: Aos presumidos que só falam da sua prosápia, a desgraça traz recordações que estavam longe de sua memória mas que a todos estavam sempre presentes.
Prosápia é a nossa jactância, a nossa vaidade, o orgulho.
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